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Nelson Taboada

Prefácio Nelson Almeida Taboada

PREFÁCIO do Livro “100 Anos da Paróquia do Rio Vermelho”, autor Ubaldo Porto.


Capa do livro "100 Anos da Paróquia do Rio Vermelho"
 


Nelson Almeida Taboada

Nelson Almeida Taboada Presidente da Casa de Cultura Carolina Taboada

A Casa de Cultura Carolina Taboada não poderia deixar de participar das comemorações pela passagem de tão importante data, que é o centenário da Paróquia onde fui batizado e fiz a primeira comunhão, na Igreja do Largo de Santana. Não poderia também abster-se de apoiar a produção deste livro, por duas outras fortes motivações. Em primeiro lugar, por se tratar do resgate da memória da mais antiga instituição do Rio Vermelho, de cuja história fazem parte todas as gerações da família Taboada, a partir de José Taboada Vidal, meu avô, que chegou ao bairro em 1892. Já como conceituado comerciante no balneário do Rio Vermelho e irmão da Irmandade da Gloriosa Senhora Sant’Ana do Rio Vermelho, ele teve participação no movimento que solicitou, à Arquidiocese de São Salvador da Bahia, a criação da Paróquia de Sant’Ana do Rio Vermelho. Por último, José Taboada Vidal se inseriu na segunda etapa da história da Paróquia do Rio Vermelho, quando liderou a campanha que resultou na construção da atual Igreja Matriz, inaugurada em 26 de julho de 1967. Este livro, que traz a lume importantes fatos da rica história da Paróquia do Rio Vermelho, com episódios completamente desconhecidos pelos atuais paroquianos, reveste-se de uma outra condição ímpar, pois foi escrito pela maior autoridade em assuntos do Rio Vermelho. Dos cem anos da Paróquia, o autor vivenciou 54 anos como testemunha ocular, portanto mais da metade da trajetória da instituição religiosa. Das 16 obras patrocinadas pela Casa de Cultura Carolina Taboada (relação na sétima capa), este livro é o 11º relacionado com o Rio Vermelho. Dessa forma, a entidade que presido vem cumprindo com uma de suas missões básicas: apoiar iniciativas que visem o resgate ou a valorização dos segmentos que formam a memória do Rio Vermelho, rincão descoberto em 1509, por Diogo Álvares Corrêa, o célebre Caramuru.

No dia 5 de abril de 2013, data do centenário da sua criação, a nossa Paróquia encerra um ciclo de presença marcante no bairro. E inicia um novo ciclo, num bairro profundamente marcado pelo progresso, muito diferente da época da inauguração da atual Igreja Matriz, quando as famílias ainda tinham grande poder na comunidade e se envolviam diretamente nas necessidades da sua Paróquia, provendo-a de recursos e apoiando as iniciativas do pároco. Hoje, sem a participação das famílias tradicionais, que emigraram do bairro, sei que a Paróquia passa por dificuldades para poder manter a conservação do seu patrimônio, formado pela Igreja Matriz e pelo Salão Paroquial. Sou testemunha dos grandes esforços, verdadeiros milagres, que o padre Ângelo Magno Carmo Lopes tem feito para a manutenção e melhorias desse patrimônio. Diferentemente de algumas outras paróquias, que contam com o respaldo de congregações ou de irmandades religiosas, a Paróquia do Rio Vermelho não dispõe de nenhum suporte que lhe dê a necessária sustentação financeira. Por isso, nesse aspecto, é uma paróquia pobre. Faço parte da Devoção do Senhor do Bom Jesus do Bomfim, que reúne irmãos de considerável poder social e econômico, os quais têm prestado inestimáveis colaborações às realizações dos eventos religiosos e à manutenção da secular Basílica do Senhor do Bonfim. Digo até que, sem o apoio dessa Irmandade, a igreja símbolo da Bahia poderia estar enfrentando grandes dificuldades financeiras. Portanto, sou da opinião de que a reativação da Irmandade da Gloriosa Senhora Sant’Ana do Rio Vermelho (fundada em 1882), é de fundamental importância, pois poderá congregar personalidades que, certamente, muito contribuirão para o suprimento das necessidades da Paróquia no ciclo do seu segundo centenário. Inclusive, a Irmandade poderá cuidar de um patrimônio de suma relevância, que hoje, inexplicavelmente, se encontra totalmente divorciado da Paróquia. Trata-se da sua primeira Igreja Matriz, a igrejinha do Largo de Santana, onde se encontra alojado o Centro Social Monsenhor Amílcar Marques, que no passado teve participação marcante na prestação da assistência social aos paroquianos mais necessitados. Esse passado foi a época da militância voluntária do doutor Deocleciano Ignácio de Souza, saudoso médico humanitário, e das senhoras que comandavam a entidade. Todos trabalhavam em perfeita sintonia e harmonia com o pároco. Porém, estranhamente, os serviços foram extintos e o Centro Social Monsenhor Amílcar Marques passou ao comando de uma presidente que

afastou a entidade dos francos entendimentos com a Paróquia e, o

que é pior, há oito anos vem movendo uma insidiosa campanha contra o pároco do Rio Vermelho, um líder religioso do bem, que só pratica o bem. No ápice da campanha da presidente do Centro Social Monsenhor Amílcar Marques contra a Paróquia do Rio Vermelho, uma nota oficial foi emitida em 20 de novembro de 2010, por representantes de quatro entidades filiadas à Central das Entidades do Rio Vermelho, à qual a Casa de Cultura Carolina Taboada manifestou o seu irrestrito apoio. Para um melhor julgamento de juízo, a nota oficial encontra-se reproduzida nas páginas 128/130 deste livro. Para finalizar, entendo que o antigo templo deva voltar a fazer parte ativa da Paróquia do Rio Vermelho, integrado de fato às suas atividades sociais e culturais. Por isso, torna-se indispensável que, sem mais delongas, a Arquidiocese acione os mecanismos necessários para que a antiga Igreja Matriz do Rio Vermelho volte a ser utilizada como instrumento de auxílio direto à Paróquia. No meu julgamento, existem duas alternativas: • Renovação total no quadro diretivo do Centro Social Monsenhor Amílcar Marques, mediante eleição livre entre os paroquianos da Igreja do Rio Vermelho. • Retomada do imóvel pela Arquidiocese, para em seguida repassá-lo à administração direta da Paróquia de Sant’Ana do Rio Vermelho. Há ainda uma sugestão emanada do Fórum Rio Vermelho, realizado de 30 de junho a 7 de julho de 2011, pela Associação Brasileira de Agências de Viagens da Bahia (Abav Bahia), sob a liderança de seu presidente, Pedro Galvão, e com a participação, dentre outras entidades, da Casa de Cultura Carolina Taboada. O objetivo do conclave foi identificar e debater as necessidades prioritárias para o bairro, visando prepará-lo para receber condignamente os turistas durante os dois maiores eventos do futebol mundial: a Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014. Do Fórum resultou o trabalho ‘O Rio Vermelho que Queremos para as Copas’, que foi encaminhado às autoridades governamentais e aos órgãos privados envolvidos com o assunto. Como não poderia deixar de ocorrer, haja vista que se trata de um símbolo do bairro, a famosa igrejinha do Largo de Santana foi objeto das discussões, tendo o plenário aprovado a inclusão no relatório do seguinte registro:

A antiga Igreja de Sant’Ana, no Largo de Santana, desativada dos ofícios religiosos em 26 de julho de 1967, é o monumento arquitetônico mais antigo e mais importante do Rio Vermelho, constituindo-se num verdadeiro cartão-postal do bairro. Merece uma melhor utilização, efetivamente integrada à visitação pública. Recomenda-se que a igrejinha tenha uma destinação voltada ao público soteropolitano e aos turistas, sediando eventos de amplo interesse, como, por exemplo: mostras fotográficas, exposições de artistas plásticos, lançamentos de obras literárias, feiras de livros e feiras de artesanato, dentre outras atividades culturais. O imóvel pertence ao patrimônio da Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Encaminhamento à Arquidiocese de São Salvador da Bahia: Solicitação para que o imóvel de arquitetura religiosa seja transformado num centro sociocultural administrado pela Paróquia de Sant’Ana do Rio Vermelho. Portanto, no início da caminhada para o segundo centenário da nossa Paróquia, reputo como da maior relevância que se estude a viabilidade da reconstituição da Irmandade da Gloriosa Senhora Sant’Ana do Rio Vermelho e a restituição do imóvel da primeira Igreja Matriz ao controle direto da Paróquia do Rio Vermelho.

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